Compositor: Acho Estol
E o cafetão aonde estava, quando caíste em desgraça
O que sempre te acompanhava em teus momentos de viuvez?
Ias pelos aeroportos sutilmente camuflada
Como estrela que não quer, mas que quer aparecer
Em tuas mãos o mais moderno grito da coqueteleira
E tua guarda pretoriana te poupava o estresse
Hoje teu plano mais ambicioso é tirar um trocado de mim para uma garrafa de vinho tinto
Ainda que não me reconheças, fui peão em teu xadrez
Tu que sempre disseste, não há volta atrás, já se foi para sempre
Sempre se pode mudar, se pode voltar, se pode tentar
Teu sabor caiu de moda quando chegaram os cabelos brancos
O cafetão e a custódia te esqueceram em um mês
Depois de mijar nas plantas se mandou pela janela
Deixou por outra diva o teu cãozinho pequinês
Mas vejam-na de perto, ainda é muito bela
Sempre teve os bons ossos do avô catalão
Se arranjar um trocado para uma garrafa de vinho tinto
Vou brindar com ela, ainda que não me reconheça
Pelo vinho do amanhã e o esquecimento do passado